A verdadeira razão de existirmos
Não somos Deus.
Por conseguinte, comparados com a Realidade absoluta e final, somos pequeníssimos.
Nossa existência é secundária e depende da absoluta Realidade de Deus.
Ele é o único Ser auto-existente no Universo. Somos derivados. Ele sempre existiu e não teve princípio. Portanto, ninguém Lhe deu forma.
Nós, pelo contrário, recebemos forma. Ele simplesmente É.
Nós, porém, fomos criados. “Eu sou o que sou” é o nome dEle (Êx 3.14).
No entanto, visto que Ele nos fez com o mais sublime propósito para uma criatura — desfrutar e manifestar a glória do Criador — podemos ter uma vida bastante substancial, que dura para sempre.
Esta é a razão por que fomos criados (“Tudo foi criado por meio dele e para ele” — Cl 1.16).
Esta é a razão por que nossa sexualidade foi redimida (“Fugi da impureza... Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” — 1 Co 6.18, 20).
Esta é a razão por que comemos e bebemos (“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” — 1 Co 10.31).
Esta é a razão por que oramos (“E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” — Jo 14.13).
Esta é a razão por que fazemos boas obras (“Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus — Mt 5.16).
Esta é a razão por que existimos — manifestar a glória de Deus.
A vida humana é completamente centralizada em Deus.
Este é o significado de sermos humanos.
Nossa natureza foi criada para engrandecer a Deus.
A nossa glória consiste em dar glória a Deus.
Quando cumprimos esta razão de sermos, temos substância.
Existe valor e significado em nossa existência.
Conhecer, desfrutar e manifestar a glória de Deus é um compartilhar da glória de Deus. Não nos tornamos Deus.
Mas um pouco da grandeza e beleza de Deus está sobre nós, quando cumprimos este propósito de nossa existência — refletir a excelência de Deus.
Esta é a nossa substância.
Não cumprir este propósito para a existência humana corresponde a ser uma mera sombra da substância que Deus tencionava que nós fôssemos quando nos criou.
Não manifestar a glória de Deus por desfrutarmos dEle mesmo, acima de qualquer outra coisa, é ser apenas um eco da música que Deus tencionou que faríamos quando nos criou.
Esta é uma grande tragédia.
Os seres humanos não foram criados para serem apenas sombras e ecos.
Fomos criados para termos as características de nosso Deus, para fazermos música divina e causarmos um impacto divino.
Isto é o que significa ser criado à imagem de Deus (Gn 1.27).
Mas, quando os homens abandonam o seu Criador e amam mais as outras coisas, eles se tornam semelhantes às coisas que amam — insignificantes, fúteis, sem valor, inconseqüentes e depreciadores de Deus.
Veja como o salmista apresentou este facto: “Os ídolos das nações são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca e não falam; têm olhos e não vêem; têm ouvidos e não ouvem; pois não há alento de vida em sua boca. Como eles se tornam os que os fazem e todos os que neles confiam” (Sl 135.15-18; veja também Sl 115.4-8). Pense e trema.
Você se torna semelhante às coisas feitas pelos homens e nas quais você confia: mudo, cego, surdo.
Isto é uma sombra da existência. É um mero eco do que Deus tencionava que você deveria ser.
É uma mímica vazia no palco da História, com muito movimento e pouco significado.
Querido leitor, não seja sombra e eco.
Livre-se do espírito de centralidade no homem, uma epidemia da nossa época.
Olhe com determinação, para ver, conhecer e desfrutar a vida na luz do Senhor. “Vinde, ó casa de Jacó, e andemos na luz do Senhor” (Is 2.5).
Na luz do Senhor, você O verá, bem como a todas as coisas como realmente são.
Você despertará da sonolência de uma existência na terra das sombras.
Você anelará por substância e a encontrará.
Fará de sua vida uma música divina.
A morte será apenas uma viagem rumo ao Paraíso.
E o que você deixar para trás não serão sombras e ecos, e sim um tributo na terra, escrito no céu, à triunfante graça de Deus.
Extraído do livro:
Penetrado pela Palavra, de John Piper.
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