A Palavra de Deus é Fiel e Verdadeira
PERGUNTA Nº 235
Saúl cometeu suicídio (I Samuel 31:4-6 e I Crónicas 10:4-5). Saúl foi morto por um amalequita (II Samuel 1:8-10). Saúl foi morto pelos filisteus (II Samuel 21:12). Afinal, em que ficamos? Onde está a verdade?
RESPOSTA
A verdade está em Jesus Cristo.
Mais: Ele é a própria verdade, conforme afirmou: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). E esta verdade maravilhosa está apresentada nas Sagradas Escrituras (Bíblia).
A Bíblia merece-nos toda a aceitação. Não é, de modo algum, um manual de maus costumes, como alguém afirmou, mas um Livro de realidades. E a realidade é esta: Que Deus é bom, justo e santo, enquanto o homem é mau, injusto e pecador!
A realidade é diferente do que se lê nos romances de Júlio Dinis, onde tudo acaba bem. Deste lado da vida, as coisas nem sempre decorrem da melhor forma, os homens transgridem, pecam e prejudicam outros homens. Pois, a Bíblia descreve essa realidade, as obras boas e más que homens executaram, acrescentando também a aprovação ou desaprovação divina em cada uma das situações. Lendo e estudando a Palavra de Deus (Bíblia) ficamos com uma boa ideia acerca da vontade do Criador para melhor O podermos seguir e servir!
Na Bíblia encontramos afirmações verdadeiras de certos homens de Deus e mentiras proferidas por outras pessoas.
Mesmo quando menciona as mentiras apresentadas por alguém, a Bíblia está a falar verdade! É caso para dizermos: É verdade que alguns mentiram!
Para melhor encararmos este assunto, comecemos pelo texto de II Samuel 1:8-10 e leiamos as afirmações do amalequita e aquilo que lhe aconteceu. Aqui, o narrador bíblico apenas menciona o que disse o homem em causa (amalequita), sem confirmar nem desmentir o mesmo. Terá sido assim como ele contou, ou, pelo contrário, terá acrescentado algum pormenor com o intuito de aumentar as alvíssaras?Para mim está evidente que o homem pretendia receber alguma recompensa ou prémio pela informação de que era portador. Acredito que ele deveria estar por perto quando Saúl morreu ou, pelo menos, seria dos primeiros a chegar, ao ponto de lhe poder tirar a coroa e a manilha, a fim de fazer prova daquilo que iria comunicar ao novo homem-forte.
Iria aproveitar-se da situação, pois todos sabiam que o rei era inimigo de David e tinha tentado matá-lo por mais de uma vez.
Infelizmente para o amalequita as coisas não lhe correram bem, embora a lógica apontasse no sentido inverso. Era costume os reis e os comandantes recompensarem os portadores de boas-novas. De tal maneira isso era comum que ele ter-se-á lembrado de acrescentar mais um pormenor (que lhe foi fatal) que lhe poderia aumentar a recompensa.
É verdade que o amalequita afirmou ter matado o rei, mas não está absolutamente garantido que assim tenha acontecido. Mas, então, o amalequita foi morto por algo que não fez? Sim, pois já têm acontecido muitas passagens idênticas. Se o próprio “confessar o crime”… o seu testemunho valerá mais do que o de duas ou três
pessoas!
Nos textos de I Samuel 31:4-6 e I Crónicas 10:4-5 está mencionado que Saúl estava apertado pelos frecheiros (talvez até já ferido) e pediu ao seu pajem de armas para o matar. Em face da recusa deste, o rei lançou-se sobre a sua espada. Quando o pajem viu que Saúl estava morto, suicidou-se também.
Mas, então, qual dos textos é o verdadeiro? São verdadeiros todos os textos bíblicos! Uns narram o que aconteceu na realidade e outro (II Samuel 1:8-10) já mencionado, descreve as reais afirmações de um amalequita, candidato às alvíssaras!
Mais adiante (I Samuel 31:8-13) diz que os filisteus vieram no dia seguinte despojar os mortos e acharam Saúl (e os seus três filhos) extirado na montanha de Gilboa, cortaram-lhe a cabeça e fixaram o seu corpo no muro de Beth-san. Em II Samuel 21:12 não diz que os filisteus mataram Saúl, mas, sim, que fixaram o seu corpo em Beth-san (ou Betsan).
Ora, como os filisteus só vieram despojar os mortos no dia seguinte e foi nessa altura que encontraram o corpo de Saúl, o dito amalequita teve tempo para lhe tirar a coroa e a manilha (se, por acaso não estivesse ali por perto na altura da sua morte) de modo a poder receber uma boa recompensa. E, como matar o inimigo de David seria algo de fantástico, com direito a grandes benesses, poderia, ele mesmo, ter acrescentado essa descrição fictícia.
A história do amalequita não encaixa bem no contexto geral. Saúl havia dito ao seu pajem de armas que não queria morrer às mãos dos incircuncisos (I Samuel 31:4) e, afinal, o amalequita era estrangeiro e tão incircunciso como os filisteus. Não fazia sentido pedir-lhe semelhante coisa. Além disso diz o texto (I Samuel 31:5) que o pajem de armas, antes de se suicidar, viu que Saúl estava morto.
Eu não acredito na história do amalequita. Para desgraça dele, David acreditou e mandou matá-lo. “Há caminho que ao homem parece direito mas o fim dele são os caminho da morte” (Provérbios 13:12).
Embora, este versículo tenha também aplicação física e terrena, o principal significado é no sentido espiritual e eterno. Muitas pessoas entendem que andam bem, que procedem correctamente mas estão perdidas, se não aceitarem o verdadeiro Salvador, que é o Senhor Jesus Cristo!
Agostinho Soares dos Santos