Devido a alguns comentários que por aqui vão aparecendo, gostaria de voltar a publicar um texto que reflecte exactamente o que qualquer cristão verdadeiro deve sentir em relação ao assunto "Religião não se discute"...
Ficar calado perante mentiras de seitas e doutrinas de homens que usam e deturpam a Bíblia Sagrada, não é cristão! É cobardia!
Eu odeio "religião" e o propósito deste blog nunca foi nem será divulgar uma religião e sim a Palavra de Deus e a salvação que a mesma nos revela em Cristo Jesus!
"Ora, Paulo, segundo o seu costume, foi ter com eles; e por três sábados discutiu com eles as Escrituras...Ele discutia todos os sábados na sinagoga, e persuadia a judeus e gregos." [Atos 17: 2 - 18:4]
Quem é que nunca ouviu: "Futebol, política e religião não se discute...".
Esta frase é um verdadeiro dogma para muitos.
Mas qual será a realidade dela afinal?
Ultimamente temos visto inúmeros debates no campo dos desportos, nas populares mesas redondas de domingo à noite. No campo da política nem se fala! Aliás, nas eleições, os debates ao vivo têm sido encarados como um grande passo na democracia.
Mas a religião continua presa ao cordão umbilical desta filosofia. Porquê?
Será que questões doutrinárias religiosas não se discutem mesmo?
Devemos calar por amor ou falar por causa da verdade?
Qual é a verdade que está por detrás de quem defende essa filosofia?
Relativismo, ecumenismo ou pura indiferença?
Veja neste artigo a justificação bíblica e o lado positivo do "pôrque" defendermos a discussão religiosa.
A defesa da fé cristã envolve conhecer pelo que se batalha [Judas 3].
Aquilo que envolve a subversão do Evangelho, especialmente das doutrinas principais relacionadas com a salvação, exige nossa séria preocupação e atenção.
O livro de Gálatas é um bom exemplo. Os judaizantes estavam coagindo os crentes a aceitar um falso evangelho, isto é, adicionando certas obras da lei como necessárias para a salvação.
Paulo repreendeu-os duramente, como também instruiu Tito a fazê-lo (Tt 1.10-11,13).
No mesmo espírito, argumentamos com os que promovem ou aceitam um falso evangelho para a salvação (mórmons, adeptos da Ciência Cristã, Testemunhas de Jeová, Católicos romanos, espíritas entre outros).
Enquanto certas questões podem parecer não estar relacionadas com o Evangelho, elas podem subverter indirectamente a Palavra de Deus, afastando os crentes da verdade e inibindo dessa forma a graça necessária para uma vida agradável ao Senhor.
O capítulo 14 de Romanos trata de assuntos em que a argumentação se transforma em contenda.
Paulo fala de situações em que crentes imaturos criavam polémicas em torno de coisas que não tinham importância. Alguns estavam provocando divisões por discutirem quais alimentos podiam ser comidos ou não, ou quais dias deviam ser guardados ou não. Nesses casos, o conselho da Escritura é: há certas coisas que não devemos julgar, pois se trata de questões sem importância, que não negam a fé, e são assuntos a serem decididos pela própria consciência (v. 5).
Somente o Senhor pode julgar o coração e a mente de alguém no que se refere a tais assuntos.
Quando Jesus revelou os sinais dos últimos tempos aos Seus discípulos no Monte das Oliveiras (Mt 24), o primeiro sinal que Ele citou foi o engano religioso.
Sua extensão actual não tem precedentes na História. Esse facto deveria tornar nosso interesse em batalhar diligentemente pela fé uma das nossas maiores preocupações.
Isso também significa que há tantos desvios da fé (1 Tm 4.1) a serem considerados, que poderá ser necessário estabelecer prioridades pelo quê e, quando vamos batalhar. No que se refere ao nosso próprio andar com o Senhor, devemos examinar qualquer coisa que se encontre em desacordo com as Escrituras, fazendo as necessárias correcções.
Entretanto, quando se trata de ensinos e práticas biblicamente questionáveis, sendo aceitas e promovidas por outros, o discernimento pode também incluir a necessidade de decidir quando e como tratar deles.
Actualmente, não é incomum ser erradamente considerado (ou, de fato, merecer a reputação) como alguém que "acha erros em tudo"; de modo que a busca da sabedoria e orientação do Senhor é sempre essencial para que o nosso batalhar seja recebido de forma frutífera.
Doutrinas, simplesmente, são ensinamentos. Elas podem ser verdadeiras ou falsas quando o assunto é a vida eterna e a salvação.
Uma doutrina verdadeira não pode ser divisiva de maneira prejudicial; esta característica aplica-se somente a ensinos falsos.
"Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles" (Rm 16.17; veja também Rm 2.8-9).
Jesus, que é a Verdade, só pode ser conhecido em verdade e somente por aqueles que buscam a verdade (Jo 14.6; 18.37; 2 Ts 2.13; Dt 4.29).
O próprio Cristo causou divisão (Mt 10.35; Jo 7.35; 9.16; 10.19), divisão entre a verdade e o erro (Lc 12.51). Por isso, quem se cala diante do pecado, da injustiça e de falsas doutrinas não ama de verdade.
A Bíblia diz que o amor "...não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade" (1 Co 13.6).
Deveríamos orar muito por sabedoria e, com amor ainda maior, chamar a atenção para a verdade e não tolerar a injustiça.
Estevão dá exemplo disso ao argumentar com seus acusadores, mas sempre em amor e com temor diante da verdade em Cristo.
O apóstolo Paulo estava disposto a ser considerado maldito por amor ao seu povo, mas não cedia um milímetro quando se tratava da verdade em Cristo.
Jesus amou como nenhum outro sobre a terra, mas assim mesmo pronunciou duras palavras de ameaça contra o povo incrédulo, que seguia mais as tradições e as próprias leis do que a Palavra de Deus.
Certo pastor disse com muita propriedade:
"Já é extremamente difícil vencer o diabo, o mundo e a carne sem ainda enfrentar conflitos internos no próprio arraial. Mas pior do que discutir é tolerar falsas doutrinas sem protesto e sem contestação.
A Reforma Protestante só foi vitoriosa porque houve discussões. Se fosse correcta a opinião de certas pessoas que amam a "paz" acima de tudo, nunca teríamos tido a Reforma.
Por amor à convenientemente chamada "paz" deveríamos adorar a virgem Maria e nos curvar diante de imagens e relíquias até ao dia de hoje, deveríamos aceitar sem contestar doutrinas orientais e outras que usam o nome de Jesus, mas negam a Sua Divindade e a Salvação que só existe n'Ele?
O apóstolo Paulo foi a personalidade mais agitadora em todo o livro de Actos, e por isso foi espancado com varas, apedrejado e deixado como morto, acorrentado e lançado na prisão, arrastado diante das autoridades, e só por pouco escapou de uma tentativa de assassinato. Suas convicções eram tão decididas que os judeus incrédulos de Tessalônica se queixaram:
"Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui" (At 17.6).
Deus tenha misericórdia dos pastores e daqueles que se dizem cristãos, mas cujo alvo principal é o crescimento das suas organizações e a manutenção da paz e da harmonia.
Eles até poderão fugir das polémicas, mas não escaparão do tribunal de Cristo."
Alguns olham para o trabalho de evangelização Bíblica como algo não amoroso – como uma prova do sectarismo que a discussão doutrinária produz.
Eu vejo-o como uma tentativa de clarear o caminho para que muitos tenham um relacionamento genuíno com o único Salvador verdadeiro, o nosso Senhor Jesus Cristo – não com alguém que os homens, intencionalmente ou não, têm imaginado ou inventado.
Por exemplo, muitos dizem arbitrariamente é que é necessário apenas crer em Jesus ou amá-LO.
Mas há uma pergunta emerge desta questão: qual "Jesus"?
Indubitavelmente esta é uma pergunta importantíssima para todo o cristão.
Nós deveríamos primeiro nos questionar, testar nossas próprias crenças sobre Jesus (2 Co 13.5; 1 Ts 5.21).
Incompreensões sobre o Senhor inevitavelmente se tornam obstáculos em nosso relacionamento com Ele.
A avaliação também pode ser vital com respeito à nossa comunhão com aqueles que se dizem "cristãos". Com muita frequência, frases parecidas com "nós teremos comunhão com qualquer um que confessar o nome de Cristo", estão sensivelmente impregnadas de camuflagens ecuménicas.
O medo de destruir a unidade domina os que levam a sério este tipo de propaganda antibíblica, até mesmo ao ponto de desencorajar qualquer menor interesse na área apologética, na luta pela fé.
Surpreendentemente, "a unidade cristã" agora inclui a colaboração para o bem moral da sociedade com qualquer seita "que confessa o nome de Jesus".
Entretanto, nunca nos foi ordenado estabelecer a unidade, mas "preservar a unidade do Espírito" (Ef 4.3), que já temos em Cristo.
Nossas vidas e a doutrina sobre a qual estão fundamentadas devem revelar a Palavra de Deus e a Sua verdade. Qualquer desvio disso nega a unidade que é nossa em Cristo. Aqueles que não são membros do corpo de Cristo por não crerem no Evangelho não podem fazer parte dessa família, e não há "unidade" que os crentes possam fabricar para conseguir tal coisa.
Sim! A Bíblia manda-nos "batalhar arduamente pela fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos" (Judas 3).
Para batalhar arduamente pela fé, é necessário às vezes corrigir e repreender (2 Timóteo 4:2); é preciso ocasionalmente repreender os homens severamente (Tito 1:13); às vezes é necessário se opor a um companheiro cristão (Gálatas 2:11); é preciso também debater e poderosamente contradizer falsos professores em público (Actos 9:29; 18:28).
O diabo, é claro, prefere que os homens religiosos mantenham suas bocas fechadas enquanto ele se veste de cordeiro (Mateus 7:15), disfarçando-se como um anjo de luz (2 Coríntios 11:13-15) e infiltrando-se despercebido (Judas 4), introduzindo dissimuladamente heresias destruidoras (2 Pedro 2:1) para destruir a fé do homem (Efésios 6:10-17; 2 Coríntios 10:3-5).
A batalha nunca pode estar ganha por entregarmos nossas armas ou por nos comprometermos com os erro.
O diabo é audacioso ele nunca aparece com dois chifres e um rabo. Ele distorce o evangelho (Gálatas 1:6-9; 2 Pedro 3:15-16) e se mascara como um verdadeiro cristão. Então, quando os homens tomarem a espada do Espírito (Efésios 6:17) e começarem a se opor ao erro, ele chora:
"Nós precisamos de mais amor e paciência; nós apenas vemos as coisas de maneira diferente, mas todos nós servimos ao mesmo Deus e estamos indo para o mesmo lugar."
Não devemos batalhar ou fazer birras sobre caprichos pessoais ou opiniões. Mas quando a pureza da doutrina de Deus é envolvida, nós devemos não somente discordar, mas batalhar árduamente pela verdade do evangelho!
Matéria compilada pela equipe do CACP dos artigos de:
-Norbert Lieth -T. A. McMahon - Dave Hunt e - Gary Fisher.
Fonte: Chamada da Meia-Noite.