O Espiritismo fala em “evangelizar”, em “consciência cristã”, em “Espiritismo cristão”.
Para sabermos se o Espiritismo é ou não cristão, nada melhor do que fazermos o confronto de suas doutrinas com as do Cristianismo.
A Bíblia Sagrada
O que ensina o Cristianismo
“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17 = Jesus).
“Eles [os irmãos do rico que estava em tormentos] têm Moisés e os profetas; ouçam-nos” (Lc 16.29 _ palavras de Jesus).
Jesus validou o Pentateuco e os Livros Proféticos.
“Não penseis que vim destruir a Lei ou os profetas; eu não vim destruir, mas cumprir; nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido” (Mt 5.17,18).
"Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra. (2 Timóteo 3:16-17)
Paulo está dizendo que a Bíblia é o padrão para nossa vida cristã, nossa bússola, nossa regra de fé.
“Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22.29 _ Palavras de Jesus).
Para o cristão é fundamental conhecer a Bíblia. O Apóstolo não deixa por menos:
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm 2.15).
O que ensina o Espiritismo
“Diremos, pois, que a Doutrina Espírita, ou o Espiritismo, tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos, ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas ou, se se quiser, os espiritistas. O Livro dos Espíritos contém especialmente a doutrina ou teoria do Espiritismo que, num sentido geral, pertence à escola espiritualista, da qual apresenta uma das fases” (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, 1997, Introdução, p. 11).
Allan Kardec está ensinando que os adeptos do Espiritismo deverão ser chamados “espíritas” ou “espiritistas”, e que a doutrina espírita está contida em O Livro dos Espíritos, isto é, não está na Bíblia.
Continua Kardec:
“Muitos pontos dos Evangelhos, da Bíblia e dos autores sacros em geral são ininteligíveis, parecendo alguns até disparatados, por falta da chave que faculte se lhes aprenda o verdadeiro sentido. Essa chave está completa no Espiritismo... As instruções que promanam dos Espíritos são verdadeiramente as vozes do céu que vêm esclarecer os homens e convidá-los à prática do Evangelho” (E.S.E. introdução, 90a edição, p. 27,28).
A prática do Evangelho via pregação do Espiritismo é inteiramente inviável, como se vê no confronto das duas doutrinas.
A “chave” para facilitar o entendimento dos evangelhos teria chegado com um atraso de muitos séculos.
As Boas Novas foram trazidas pelo Verbo encarnado, e a Igreja recebeu a missão de dar prosseguimento à obra (Mt 4.23; Mt 11.5; 24.14; 26.13; Mc 16.15).
O Apóstolo advertiu os Gálatas das investidas dos que “querem transtornar o evangelho de Cristo”. Não usa de meias palavras:
“Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, que seja amaldiçoado. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo” (Gl 1.7,8,12).
O esclarecimento do evangelho não teve início nos tempos modernos através dos “espíritos”. Paulo começou a ensiná-lo e a esclarecê-lo há quase dois mil anos. Até hoje as cartas paulinas são orientação segura para cristãos do mundo inteiro. A Bíblia foi escrita por homens tementes a Deus e conscientes de suas responsabilidades:
“A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder... falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério... Deus no-las revelou [as coisas ocultas] pelo seu Espírito, porque o Espírito penetra todas as coisas... falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando coisas espirituais com as espirituais” (1 Co 2.4,7,10,13).
E prossegue, respondendo aos incrédulos: “Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus; antes, falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus” (2 Co 2.17).
Jesus comissionou seus apóstolos como mestres, considerados por Ele capazes de dar continuidade ao ensino do evangelho:
“Ide... ensinando... e eis que estou convosco” (Mt 28.19-20).
Os apóstolos receberiam o auxílio sobrenatural do Espírito Santo.
“O Espírito Santo vos ensinará todas as coisas”, vos guiará em toda a verdade” (Jo 14.26, 16.13).
Não a verdade científica ou filosófica, mas toda a verdade de Cristo.
Não confundamos Espírito Santo com espíritos desencarnados. O ensino do evangelho puro começou a ser ensinado pelos discípulos logo após a ascensão de Jesus (At 2.14). Portanto, não foi uma legião de espíritos que surgiu em socorro aos discípulos para que melhor entendessem o evangelho.