A severidade do inferno (2)
A severidade do Inferno
Charles Spurgeon certa vez aconselhou amigos pregadores: “Evitem todos os pontos de vista que façam a punição futura parecer menos terrível.” A pesar das palavras de Spurgeon, muitos esforços ainda são feitos para apagar as chamas do inferno em nossos dias.
Enquanto você ouvir opiniões populares sobre o inferno, teste-as com algumas perguntas biblicamente exigentes:
Será que essa visão do inferno diminui a ameaça do juízo de Deus?
Será que este ensino suaviza a urgência de arrependimento?
Esta visão oferece ao pecador qualquer esperança de salvação para além desta vida?
Modernas concepções do inferno não vão sobreviver ao teste de fidelidade bíblica. Elas vão permitir que o pecador se sinta mais confortável e complacente para escarnecer de Deus, fazendo-o parecer menos severo.Desafios a doutrina do inferno começam quando as pessoas começam a duvidar dos ensinamentos claros das Escrituras, mas eles não param por aí. Wayne Grudem, reconhecendo a tendência de fazer o inferno parecer mais suportável, percebeu um padrão trágico:
A doutrina da punição eterna… tende a ser uma das primeiras doutrinas lançadas fora por pessoas que estão se afastando de um compromisso com a Bíblia, não assumindo-a como absolutamente verdadeira [...]. Entre os teólogos liberais, que não aceitam a veracidade absoluta da Bíblia, provavelmente não há mais ninguém hoje que acredite na doutrina da punição eterna. (Wayne Grudem, Teologia Sistemática)
Dois dos ataques mais proeminentes sobre o inferno são contra sua eternidade (Estudaresmos no próximo artigo) e sua severidade:
Será que o inferno vai ser tão ruim assim?
Sempre que Jesus descreveu o inferno, Ele nunca foi irreverente ou debochado. Ele usou imagens vivas e palavras aterrorizantes para descrever o destino final dos pecadores, chocando e assustando sua audiência com metáforas assustadoramente impactantes. O inferno é um lugar tão ruim que você deveria estar disposto a cortar sem dó partes insubstituíveis do seu corpo para evitá-lo (Mt. 5:29-30); até mesmo o martírio valeria a pena para evitar o tormento do inferno (Mt 10:28 ).
Ele sempre apresentou o inferno como um lugar terrível de sofrimento intolerável.
Suas descrições são consistentes com outros escritores bíblicos. Daniel se refere ao inferno como um lugar de vergonha e desprezo eterno (Dn 12:2). Paulo chamou-lhe um lugar de destruição e punição sem fim (2 Ts. 1:5-10). Judas chamou o inferno de um lugar de fogo eterno e trevas (Judas 7). O apóstolo João descreveu o inferno como um lugar onde os pecadores sofrerão o tormento eterno, sem nenhum dia ou noite de descanso (Ap 14:9-11).Tomadas em conjunto, todas essas descrições do inferno nos transmitem dor, medo, perda, raiva, separação e desesperança. É agonia total, tormento eterno.
Agonia e Tormento – O Novo Testamento descreve o inferno como um lugar de tormento inimaginável. Escritores bíblicos descrevem cenas e imagens de horror indizível, e na maioria das vezes eles estão apenas citando o que o próprio Jesus disse sobre o inferno:
choro e ranger de dentes (Mateus 8:12)
destruição espiritual e corporal (Mt. 10:28)
fornalha de fogo (Mat. 13:42, 50)
trevas exteriores (Mt 22:13)
incêndio inextinguível (Marcos 9:48-49)
intermináveis tormentos (Lucas 16:23-24)
João Calvino, comentando sobre essas descrições, escreveu: “Por tais expressões, o Espírito Santo certamente pretendia perturbar nossos sentidos com medo.” Calvino entendida o apelo da Bíblia aos nossos sentidos. Quando você lê sobre o inferno na Bíblia, você quase pode ouvir os lamentos agonizantes, sentir o cheiro da fumaça do fogo e do enxofre, ver as chamas do lago de fogo, e sentir a raiva acumulada dos ímpios enquanto rangem os dentes ao Justo Juiz.Jesus usou imagens e metáforas para nos ajudar a compreender o horror do inferno. Escuridão representa insegurança, solidão, a sensação de estar perdido e desorientado, o fogo representa a dor excruciante da pele queimando, e um lago de fogo representa o sentido de se afogar, sufocar, tendo o enxofre queimando internamente. Estas imagens vívidas do ambiente aterrorizador do inferno devem provocar uma razoável sensação de medo em uma pessoa normal. Ninguém pode sair com a idéia de que o inferno é um lugar tolerável para passar a eternidade.
Abandono – Embora seja verdade que o inferno é um lugar de dor física e sofrimento (fogo ardendo, pedaços sendo cortados), acho que muitas vezes ignoramos a agonia mental de estar completamente abandonado, abandonado por toda a eternidade. Afinal, o grito mais arrepiante de nosso Senhor, visto que Ele sofreu a ira de Deus na cruz, não surgiu da dor física, mas da dor de ser abandonado pelo Pai. Jesus clamou: “Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste?” (Mt 27:46).John MacArthur, explicou o significado de Deus abandonando o Filho em relação ao inferno: “Este é um lembrete para todos os pecadores de que o inferno é a presença da ira de Deus, Ele castigará pessoalmente, Ele nunca vai estar lá para confortar. Ele nunca vai estar lá para mostrar simpatia. Ele nunca vai trazer alívio. [...] É ao mesmo tempo a punição de Deus e a ausência de conforto. [...] Isso é o inferno: punição sem alívio (“O Rei Crucificado: Consumação no Calvário”). Como o puritano Thomas Vincent colocou, “Não só o incrédulo estará no inferno, mas o inferno vai estar nele também”.
Prisão – O Novo Testamento freqüentemente apresenta o inferno como um uma prisão, um lugar de confinamento eterno (Mt. 22:13; Judas 13;. 2 Pedro 2:9). É impossível entender as condições de uma prisão no primeiro século olhando para as prisões americanas de hoje em dia, onde as acomodações incluem TV a cabo, três refeições por dia, oportunidades educacionais, exercício ao ar livre, banheiros e duchas. Em muitas das prisões do mundo ao longo da história, os carcereiros não apenas tratavam os prisioneiros como criminosos, mas sim como sub-humanos, como animais.
Mas mesmo a pior das condições de uma prisão terrestre são fracas analogias para o calabouço do inferno eterno de Deus. Deus não oferecerá nada para o conforto tampouco aliviará sua agonia eterna. No inferno, os pecadores estarão para sempre sem esperança, impotentes e humilhados. Deus lança-os no inferno por uma razão, a saber, punição (2 Tess. 1:9).
Olhe para a Cruz
Se você quiser um vislumbre das agonias do inferno, olhe para o Salvador no Getsêmani, como Ele antecipou a cruz. Veja as gotas de sangue de suor caindo do seu corpo ao enfrentar a realidade de absorver a eterna ira de Seu Pai. Ouça seus gritos agonizantes na cruz enquanto Seu Pai Pela primeira e última vez abandonou seu Filho por causa de nossos pecados. Sinta sua solidão enquanto Ele enfrentava sua agonia sozinha.
O inferno é um lugar onde a fúria de Deus será derramada eternamente sobre os pecadores. Possuindo em si mesmo a essência e a onisciência da divindade, Cristo sabia o que falava. E como nosso substituto, Ele antecipou os tormentos do inferno e, finalmente, experimentou o derramamento da ira divina para todos aqueles que crêem.
A Escritura é muito clara sobre a doutrina do inferno. Nada de bom pode vir de uma doutrina que torne o inferno menos que desesperança, agonia eterna e separação da boa presença e da graça de Deus. Se você rejeitar, diminuir, ou negligenciar a doutrina do inferno, a gravidade do nosso pecado será minada, em contraste com a santidade de Deus. Mas armado com um ensino preciso sobre o inferno, você ajudará os pecadores a entenderem por que devem fugir da ira de Deus e se agarrar a misericórdia de Jesus Cristo.
http://amecristo.com/2011/06/17/a-severidade-do-inferno-tommy-clayton-3/
Tradução: Alisson Pedrosa / @alissompa
Original: Grace to You