Quem morreria em favor de uma mentira? III
Pascal, o filósofo francês, escreveu: "A alegação de que os apóstolos eram impostores é completamente absurda. Analisemos esta acusação até à sua conclusão lógica.
Imaginemos aqueles doze homens, reunindo-se após a morte de Jesus Cristo, e fazendo um acordo para dizer que Ele tinha ressuscitado. Isso teria sido um ataque, tanto às autoridades civis como às religiosas. O coração do homem é estranhamente inclinado para a incontância e para a variação; ele pode ser abalado com promessas e tentado pelas coisas materiais. Se algum daqueles homens tivesse cedido a tentações tão fortes, ou se se tivesse rendido pela sob a força dos argumentos mais insistentes da prisão e da tortura, eles estariam perdidos."
"Como foi que eles se transformaram quase da noite para o dia?" indaga Michael Green, "naquele indomável bando de entusiastas que enfrentaram oposição, cinismo, zombaria, dificuldade, prisão e morte, em três continentes, ao pregarem, por toda a parte, Jesus e a Sua ressurreição?"
Um escritor desconhecido narra descritivamente as mudanças que ocorreram na vida dos apóstolos: "No dia da crucificação, estavam cheios de tristeza; no primeiro dia da semana, de alegria. Na crucificação, perderam a esperança; no primeiro dia da semana. seu corações brilhavam de certeza e esperança. Quando surgiu a primeira mensagem acerca da ressurreição, eles mostraram-se incrédulos, e relutaram em deixar-se convencer, mas depois que tiveram certeza nunca mais duvidaram. O que pode ter causado esta espantosa mudança que se operou nestes homens, num período de tempo tão curto? A simples remoção de um corpo do sepulcro nunca poderia ter transformado seu espírito e carácter. Três dias não são suficientes para o surgimento de uma lenda que pudesse afectá-los a esse ponto. O processo de formação de uma lenda requer muito tempo. Isto é um facto psicológico que exige uma explicação mais ampla.
Pensemos no carácter das testemunhas, homens e mulheres, que deram ao mundo o mais elevado ensino ético que se conhece, e que, mesmo segundo a palavra de seus inimigos, demonstravam esse ensino nas suas acções.
Pensemos no absurdo de imaginar-se um pequeno grupo de covardes derrotados, escondendo-se no cenáculo, um dia, e poucos dias depois, mostrarem-se transformados numa corporação que nenhum tipo de perseguição conseguia silenciar _ e depois podemos tentar atribuir esta mudança a nada mais convincente que uma miserável fraude que eles tentavam impôr ao mundo. Isto simplesmente não faz sentido."
Kenneth Scott Latourette escreveu: "Os efeitos da ressurreição e da vinda do Espírito Santo sobre os discípulos foram da maior importância. De homens amedrontados e decepcionados, que, tristemente, recordavam os dias em que tinham esperança de que Jesus fosse aquele que "restauraria o reino de Israel", eles transformaram-se num grupo de testemunhas entusiásticas."
Paul Little pergunta: "Seriam aqueles homens, os quais ajudaram a transformar a estrutura moral da sociedade, apenas uns mentirosos consumados ou loucos iludidos?
Estas alternativas são infinitamente mais difíceis de aceitar do que a realidade da ressurreição, e não há a mínima parcela de evidência a apoiá-las.
A perseverança dos apóstolos até ao ponto de morrerem por sua fé, não tem explicação. Segundo a Enciclopédia Britânica, Orígenes escreveu que Pedro foi crucificado de cabeça para baixo. Herbert Workman descreve a morte de Pedro: "Portanto, Pedro, como o Senhor já profetizara, foi "cingido" por outrem, e "levado" para morrer, seguindo pelo "caminho de Aurélio" até um lugar, junto aos jardins de Nero, na colina do Vaticano, onde tantos de seus irmãos já haviam sofrido morte cruel. A seu pedido, ele foi crucificado de cabeça para baixo, pois considerava-se indigno de sofrer como o seu Mestre.
Harold Mattingly, em seu compêndio de História, escreveu: "Os apóstolos S. Pedro e S. Paulo selaram seu testemunho com o próprio sangue". Tertuliano escreveu que: "Nenhum homem estaria disposto a morrer, a menos que soubesse que era detentor da verdade."
Simon Greenleaf, prof. de direito da Universidade de Harvard, um homem que lecionara durante vários anos sobre as técnicas de se dobrar uma testemunha, e de descobrir se ela mentia ou não, chegou à seguinte conclusão:
"Os anis do combate militar não possuem um exemplo semelhante de constância heróica, dessa paciência e coragem inabalável. Os apóstolos tinham todos os motivos para fazerem um reexame cuidadoso de suas bases de fé, e das evidências dos grandes factos e verdades que defendiam."
Os apóstolos passaram pelo teste da morte para provar a veracidade das suas afirmações. Creio e confio em seu testemunho, mais do que no outras pessoas que não estão dispostas nem a atravessar a rua para defender aquilo em que acreditam, quanto mais a morrer por isso.
Todos os três textos foram retirados do livro: "Mais Que Um Carpinteiro"