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Blog d'espiritismo _ A verdade

Não há, pois, como considerar Cristão, alguém que não crê no sacrifício que o Deus Vivo fez por nós. Desta forma, como filhos de Deus , devemos tomar cuidado com seitas que se dizem Cristãs, mas que são a mais pura deturpação da verdade.

Blog d'espiritismo _ A verdade

Não há, pois, como considerar Cristão, alguém que não crê no sacrifício que o Deus Vivo fez por nós. Desta forma, como filhos de Deus , devemos tomar cuidado com seitas que se dizem Cristãs, mas que são a mais pura deturpação da verdade.

A necessidade do Arrependimento

Leitura: Lc 13.1 E, Naquele mesmo tempo, estavam presentes ali alguns que lhe falavam dos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios. 2 E, respondendo Jesus, disse-lhes: Cuidais vós que esses galileus foram mais pecadores do que todos os galileus, por terem padecido tais coisas? 3 Näo, vos digo; antes, se näo vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis. 4 E aqueles dezoito, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, cuidais que foram mais culpados do que todos quantos homens habitam em Jerusalém? 5 Näo, vos digo; antes, se näo vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis.

 

Introdução

Arrependimento é uma sincera e completa mudança de mente e disposição com relação ao pecado que leva alguém a abandoná-lo e seguir em obediência a Cristo. No grego do NT as palavras que expressam esta idéia são: o verbo “metanoeo” e o substantivo “metanoia”.

Há também um arrependimento que surge inteiramente através do temor das conseqüências do pecado. No grego a palavra é “metamelomai”, usada em Mt 21.29 (no caso do filho que primeiro recusou obedecer a seu pai, mandando-o trabalhar na vinha, mas depois… arrependeu-se e foi”); Mt 21.32; 27.3 (no caso de Judas); Rm 11.29; 2 Co 7.8,10 e Hb 7.21.

O arrependimento genuíno é acompanhado de tristeza segundo Deus e se opera no coração pelo Espírito regenerador de Deus.

 

A importância do Arrependimento

Apesar de pouco pregado nos nossos dias, o arrependimento é crucial para os que querem ser salvos e receber o perdão de Deus (Lc 13.2-5). Não pode haver salvação sem renúncia ao pecado. Jesus pregou o arrependimento (Mt 4.17; 9.13; Lc 13.3,5; 24.46), também João Batista (Mt 3.2; Mc 1.15), Paulo (At 17.30; 20.21) e Pedro (At 2.31; 3.19; 2Pe 3.9). Os céus se alegram quando há arrependimento entre os homens (Lc 15.7,10).

Os Elementos Constituintes do Arrependimento

1) O elemento intelectual – subentende uma mudança de idéia. O pecado é reconhecido como ofensa, culpa. O homem deve ver-se a si mesmo como diferente de Deus e em rebelião contra Deus. Deve ver a oposição que vai de sua condição com a santidade de Deus. Deve ver que Deus detesta sua condição e seu estado. O reconhecimento do pecado que entra no arrependimento para a salvação tem a ver,  não com o facto que o pecado traz castigo senão com o facto que o pecado ofende a Deus. Há, sem dúvida, um temor das conseqüências eternas do pecado; o que não é, porém, a coisa primária. A Bíblia fala disto como “conhecimento do pecado” (Rm 3.20; 1.32; Sl 51.3,7; Jó 42.56; Lc 15.17,18). 2).

 

2) O elemento emocional – subentende uma mudança de pensamento. O pecado é lamentado e aborrecido. A tristeza divina entra no arrependimento. Paulo chama-a de “tristeza segundo Deus” (2Co 7.10). Tristeza pelo pecado e desejo de perdão são aspectos do arrependimento (Sl 51.1,2; 2Co 7.9,10). O arrependimento não é apenas remorso, emoção, mas compreende também uma mudança de sentimentos em relação a Deus e ao pecado.

 

3) O elemento volitivo – subentende uma mudança de vontade e disposição. Não é completo o arrependimento enquanto não houver uma deserção íntima do pecado que conduz a uma mudança externa da conduta (Mt 3.8,11; At 5.31; 20.21; Rm 2.4; 2Co 7.9,10; 2Pe 3.9). O homem arrependido não tem mais vontade de pecar e está disposto a abandonar a prática de actos que desagradam a Deus.

O Arrependimento é Interno. Ao passo que o arrependimento sempre se manifesta exteriormente, contudo de si mesmo é interno, segundo o significado do original. A Escritura distingue entre arrependimento e “frutos dignos de arrependimento” (Mt 3.8; At 26.20). O Arrependimento não é Penitência A tradução católica romana da Bíblia (Versão de Douay) substitui “arrependimento” por “penitência” como uma tradução de “metanoeo”. Assim lemos pela Versão de Douay: “Fazei penitência, porque o reino do céu está próximo.” (Mt 3.2); “A menos que façais penitência, todos igualmente perecereis.” (Lc 13.5). “Testificando tanto a judeus como gentios penitência para com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo.” (At 20.21). E da penitência diz a Versão de Douay no comentário a Mt 3.2: “Cuja palavra, segundo o uso das Escrituras e dos santos padres, não só significa arrependimento e correção de vida senão também punição dos pecados passados pelo jejum e tais exercícios penitenciais semelhantes.”

Três coisas podem ser ditas a respeito deste comentário:

a) É absolutamente falso dizer que a “punição dos pecados passados pelo jejum e tais exercícios de penitências semelhantes” é uma parte do sentido da palavra grega. A palavra grega significa uma mudança interna. “O verdadeiro arrependimento consiste de emoções mentais e emocionais, não de castigos externos auto-impostos. Mesmo a vida piedosa e a devoção a Deus resultantes são descritas não como arrependimento senão frutos dignos de arrependimento” (Boyce, Abstract of Systematic Theology, pág. 384).

b) Nega a suficiência da satisfação de Cristo pelos nossos pecados em franca contradição com a Escritura (Rm 4.7,8; 10.4; Hb 10.14; 1 Jo 1.7). Desde que Cristo fez inteira satisfação pelos nossos pecados, não há para nós punição a aturar, exceto as conseqüências naturais do pecado. Deus castiga o crente quando ele peca, mas Ele nunca o pune tanto nesta vida como na vindoura. Cristo não nos deixou nada a pagar.

c) Implica que os actos temporais da criatura podem expiar o pecado. A Bíblia ensina que só Cristo pode fazer uma expiação verdadeira pelo pecado (Ef 2.8,9). Mesmo na eternidade as almas no inferno nunca poderão expiar o pecado e por essa razão não há fim para a sua punição. O Lado Humano e o Divino Deus dá o arrependimento ao homem (At 5.31; 11.18; 2 Tm 2.24,25) no sentido de torná-lo possível, mas Ele não se arrepende em nosso lugar.

O homem é chamado ao arrependimento, mas não pode fazê-lo sozinho, à parte da graça de Deus. O sentido disso é, simplesmente, que o arrependimento se opera no homem pelo poder vivificador do Espírito Santo. Por outro lado, o arrependimento é um acto do próprio pecador em resposta aos apelos do Espírito Santo.

  

Alguns meios disponíveis ao homem o levam ao arrependimento:

A Palavra de Deus (Lc 16.30,31);

A pregação do evangelho (Mt 12.41; Lc 24.47; At 2.37,38; 2Tm 2.25);

A bondade de Deus para com suas criaturas (Rm 2.4; 2Pe 3.9);

A correcção de Deus (Ap 3.19; Hb 12.10,11);

As admoestações de Deus (Ap 2.5,16);

Os juízos de Deus (Ap 9.20,21; 16.9).

Arrependimento não é uma satisfação dada a Deus, mas uma condição do coração necessária para que possamos crer para a salvação. Não se pode voltar contra o pecado se não se voltar para Deus.

 

Arrependimento e Fé

O arrependimento e a fé estão sempre unidos como condições para a salvação (Mc 1.15). Ambos procedem da graça de Deus. O arrependimento representa a convicção do pecado e da necessidade de salvação, enquanto a fé aceita o sacrifício de Jesus como suficiente para esta salvação.

 Quando um homem é vivificado para a vida, não pode haver lapso de tempo antes dele se arrepender, nem pode haver qualquer depois que ele crê. De outra maneira teríamos a nova natureza em rebelião contra Deus e em incredulidade. Assim não pode haver ordem cronológica em arrependimento e fé. Outra coisa que mostra a inseparabilidade do arrependimento e da fé é o facto que a Escritura muitas vezes menciona somente um de ambos como o meio de salvação. Por causa deste facto devemos pensar de cada um, quando usado separadamente, como compreendendo o outro.

 

Conclusão: Não se pode pregar o evangelho sem pregar arrependimento. A fé em Jesus não é caracterizada apenas por uma condição melhor diante do Deus que abençoa, mas também por uma mudança de vida diante de um Deus que aborrece o pecado. Deus deseja que todos se arrependam de seus pecados, pois Ele quer ter comunhão conosco e nos levar para morar no céu. É necessário que o homem abandone seu estilo de vida pecaminoso e se volte para Deus em arrependimento e fé, confessando a Cristo como seu Salvador e Senhor. Só assim será salvo.

 

Leitura sugerida: GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999.

THIESSEN, Henry Clarence. Palestras em Teologia Sistemática. São Paulo: IBR, 2006.

WILEY, H. Orton; CULBERTSON, Paul T. Introdução à Teologia Cristã. São Paulo: CNP, 1990.

Carlos Kleber Maia

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