Calar por "amor", ou falar a verdade amando?
Calar por amor ou falar por causa da verdade?
Desde que iniciei este blog, tenho sido "brindada" com comentários onde se diz que o melhor é ser politicamente correcta e não falar de outras religiões ou seitas. Eu acredito que a omissão é a pior forma de covardia que existe.
Quem se cala diante do pecado, da injustiça e de falsas doutrinas não ama de verdade.
A Bíblia diz que o amor "...não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade" (1 Co 13.6).
Deveríamos orar muito por sabedoria e, com amor ainda maior, chamar a atenção para a verdade e não tolerar a mentira e a injustiça.
Quando a verdade estava em jogo, Estevão argumentou, mas, sempre em amor a seu povo e com temor diante da verdade em Cristo.
O apóstolo Paulo estava disposto a ser considerado maldito por amor ao seu povo, mas não cedia um milímetro quando se tratava da verdade em Cristo.
Jesus amou como nenhum outro sobre a terra, mas assim mesmo pronunciou duras palavras de crítica e ameaça contra o povo incrédulo, que seguia mais as tradições e as próprias leis do que a Palavra de Deus.
O Dr. John Charles Ryle, bispo anglicano de Liverpool que viveu de 1816 a 1900, certa vez disse assim:
As controvérsias religiosas são desagradáveis. Já é extremamente difícil vencer o diabo, o mundo e a carne sem ainda enfrentar conflitos internos no próprio arraial.
Mas pior do que discutir é tolerar falsas doutrinas sem protesto e sem contestação.
A Reforma Protestante só foi vitoriosa porque houve discussões. Se fosse correcta a opinião de certas pessoas que amam a "paz sem a verdade" acima de tudo, nunca teríamos tido a Reforma.
Por amor à "paz sem verdade" deveríamos adorar a virgem Maria e curvar-nos diante de imagens e relíquias até ao dia de hoje.
O apóstolo Paulo foi a personalidade mais agitadora em todo o livro de Actos, e por isso foi espancado com varas, apedrejado e deixado como morto, acorrentado e lançado na prisão, arrastado diante das autoridades, e só por pouco escapou de uma tentativa de assassinato.
Suas convicções eram tão decididas que os judeus incrédulos de Tessalónica se queixaram: "Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui" (At 17.6). Deus tenha misericórdia de pastores e cristãos cujo alvo principal é o crescimento das suas organizações, a manutenção da "paz do mundo" e da harmonia.
Eles até poderão fugir das polémicas, mas não escaparão do tribunal de Cristo.
(de: "Alle Wege führen nach Rom") Norbert Lieth