Resposta ao Mauro C. Freitas - 1
O Mauro tem vindo aqui comentar alguns post's.
Começou por me acusar de não entender nada da doutrina espírita, depois perguntou-me onde é que a Bíblia condena o espiritismo e, após os muitos textos bíblicos que citei e que condenam o espiritismo, ele, para tentar tirar força à Palavra de Deus, fez um comentário para tentar descredibilizá-la como Palavra de Deus, inerrante e infalível. A minha resposta foi o post: "http://blogespiritismo.blogs.sapo.pt/o-que-e-que-a-biblia-nos-ensina-a-392074".
Numa resposta pormenorizada a esse comentário que ia para além das inerrância das Sagradas Escrituras, expus o que a Palavra de Deus ensina, e o Mauro, mais uma vez, vem tentar refutar isso comentando:
1) O dom de DEUS é a vida para que com ela alcancemos a graça. As obras não são para glória do homem, mas para colocá-lo em reto caminho. Quando se atinge a maturidade espiritual compreende-se isso na sua plenitude. Não estou dizendo que a atingi, falta muito eu sei.
Resposta: O dom da vida que Deus deu ao homem, ao criá-lo à Sua imagem e conforme a Sua semelhança, é o simples acto de respirarmos, de termos uma consciência que nos torna diferentes dos animais e de podermos relacionar-nos com Ele. Deus, quando criou o homem, disse-lhe claramente o que é que o mataria e quebraria a sua comunhão com Ele - o pecado [desobediência a Deus]. Existe a graça comum de Deus que Ele estende a todas as pessoas que nascem, vivem e morrem. Mas, a graça salvífica só é concedida a todos aqueles que se arrependem dos seus pecados e entregam as suas vidas a Jesus Cristo como único Senhor e suficiente Salvador. Nada do que possamos fazer pelos nossos próprios méritos dá direito à graça de Deus porque a palavra graça, por si mesma, significa "favor imerecido"! Como a Bíblia nos diz: "Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, [...] Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida juntamente com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são salvos. Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus, [...] Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. (Efésios 2:1, 4-6, 8-9).
As obras não nos colocam no caminho recto, é Cristo, o único caminho recto para o Pai, que nos salva e que pelo Seu Espírito Santo nos capacita a fazer as boas obras, não para ganhar o favor de Deus, mas porque Deus nos favoreceu com a Sua graça e habita em nós. Só quando nascemos de novo, não "por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas de Deus." (João 1:13), somos feitos "criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos." (Efésios 2:10).
A maturidade espiritual nunca se atinge fora de Cristo e nem pela vontade do homem "pois é Deus quem efectua em nós tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele." (Filipenses 2:1).
A plenitude da maturidade espiritual deve ser buscada dia-a-dia. Essa busca só terminará no dia que Deus der por terminados os nossos dias neste mundo "o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo," (Hebreus 9:27)
2) A Bíblia é fantástica porque vem nos apresentar Jesus Cristo, nosso governante, professor, guia e modelo. Mas, se fosse a única manifestação divina, teríamos que considerar a obra de DEUS estática, por conta de que ela cobre apenas cerca de 2000 anos da humanidade. Pressupõe a possibilidade de existir algo antes ou depois disto?
Resposta: Não! A Bíblia é vida porque é a Palavra de Deus viva e verdadeira. Ela apresenta-nos Jesus Cristo como a Pessoa que é muito mais do que "professor, guia e modelo", ela apresenta-nos Jesus Cristo como Deus eterno na Pessoa bendita do Filho que "estava com Deus, e era Deus." (João 1:1), que se fez homem e veio dar, voluntariamente, a Sua vida para salvar todo aquele que n'Ele crêr: "Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus." (1 Pedro 3:18a).
A Bíblia não é estática porque ela é mais actual do que o telejornal que ouvimos todos os dias. As suas profecias continuam a cumprir-se e a ciência continua a encontrar provas de tudo o que ela afirma. Ela desperta pecadores para o arrependimento e leva-os a refugiarem-se em Cristo, todos os dias. Deus fala aos Seus filhos na Sua palavra. Ela "é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho." (Salmos 119:105). Tudo o que existe depois da Bíblia, é: homens salvos ou homens condenados conforme recebem ou rejeitam a Palavra "Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração." (Hebreus 4:12).
Toda a Bíblia, de Génesis a Apocalipse, aponta para Cristo e para a salvação que Ele veio trazer a um mundo perdido. Como Palavra do próprio Deus, ela é eterna. Continua a ser o espelho no qual o homem se vê a si mesmo. Portanto:
“(1) A Bíblia é a Palavra de Deus inspirada pelo Espírito Santo. Toda a Bíblia é igualmente inspirada. Outras escrituras, não canónicas, não podem servir de "fontes inspiradas".
(2) Deus é o Autor da Bíblia, homens inspirados escreveram-na. A Bíblia tem um carácter único, diferente de outros livros por causa da sua origem divina (2 Pe 1:21, 2 Tm 3:16). Portanto, não deve ser interpretada somente à base da linguística humana e nem como se fosse apenas literatura humana.
(3) Na Escritura Sagrada há uma união inseparável entre o divino e o humano (Como nas duas naturezas de Cristo). É a Palavra de Deus em língua de homens. Qualquer método de interpretação deve estar em harmonia com esta união, não se pode compreender a Bíblia corretamente só do ponto de vista humano.
(4) A autoridade da Bíblia encontra-se na autoridade de Deus. Portanto, a Bíblia, é normativa (dá ordens, é a regra) para a nossa fé, a nossa vida, a nossa doutrina, a nossa reflexão teológica.
(5) Toda a Bíblia, Antigo e Novo Testamento, é, e continua a ser a Palavra de Deus. Não podemos ver o AT como lei ultrapassada e o NT como Evangelho. Não há ensinos contraditórios na Bíblia.
(6) O cânon dos dois Testamentos é o resultado do Espírito Santo e não da reflexão teológica da igreja. (Jesus aceitou a autoridade do AT como o cânon inspirado, Jo 10.35.). Encontra-se o significado da Bíblia na sua forma canónica e não em alguma fase reconstruída da sua história literária. Os diferentes livros e Testamentos da Bíblia têm a mesma autoridade.
(7) A Bíblia interpreta-se a si mesma. (Lc 24:27, 1Co 2:13, 2 Pe 1:20). A Escritura é uma e não se contradiz.
(8) A Bíblia revela verdades normativas. Teorias da ciência natural não devem alterar a compreensão bíblica, Génesis 1-11, por exemplo, é história e não apenas teologia.
(9) As pressuposições (preconceitos/contexto) do intérprete devem estar sujeitas ao controle da Bíblia. Não devemos forçar a Palavra de Deus para dizer o que queremos ouvir por causa das nossas pressuposições filosóficas, económicas, sociais e outras.
(10) A iluminação do Espírito Santo é essencial para compreender a Bíblia. Precisamos Estudar a Bíblia com humildade, com bastante oração, confiando no Espírito Santo para a compreensão correcta da voz de Deus. Ademais, devemos usar os meios necessários para compreender responsavelmente a mensagem bíblica dentro do contexto literário, forma, língua e circunstâncias históricas em que foi dada”
(Extraído de Taute, Hermenus. 2013. Curso Básico de Interpretação Bíblica. Stº Antão do Tojal: IBP-AEE, p.21).
Que o Deus revelado na Sua Palavra possa abrir os olhos dos espíritas a libertá-los do engano diabólico no qual se encontram.
Continua: